Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) houve um aumento significativo do consumo em diversos países. Esse crescimento foi possível através da expansão das economias capitalistas, pelo crescimento demográfico e pela expansão de empresas transnacionais que passaram a difundir em escala global os mais diversos produtos de consumo pessoal e coletivo (HOCH, 2016). Nesse contexto, foram desenvolvidas estratégias para estimular a aquisição de bens pelos consumidores, como é o caso da obsolescência programada.

A obsolescência programada é uma estratégia de empresas que programam o tempo de vida útil de seus produtos para que durem menos do que a tecnologia permite. Assim, eles se tornam ultrapassados em pouco tempo, motivando o consumidor a comprar um novo modelo (GARCIA, 2014). Em outras palavras, os produtos são feitos para durarem pouco. Os casos mais comuns ocorrem com eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis.

O surgimento da obsolescência programada é algo relativamente novo, pois até a década de 20, as empresas planejavam seus produtos para que durassem o máximo possível. A crise econômica de 1929 e a explosão do consumo em massa nos anos 50 mudaram a mentalidade e consagraram essa estratégia (SILVA, 2012). O economista Bernard London foi o primeiro a teorizar sobre a prática, publicando, em 1933, o livro “The New Prosperity”. O primeiro capítulo deixa claro: “Acabando com a depressão através da obsolescência programada”, sugerindo que, se as pessoas continuassem comprando, a indústria continuaria crescendo e todos teriam emprego, chegando até mesmo a defender a proposição de que a obsolescência programada fosse obrigatória e transformada em lei.

REFERÊNCIAS
GARCIA, D. O que é obsolescência programada? Revista Superinteressante. 2014. Disponível em:<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-obsolescencia-programada/>. Acesso em: 08 jun. 2019.

HOCH, P. A. A obsolescência programada e os impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico: o consumo sutentável e a educação ambiental como alternativas. Seminário Nacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea, 2016.

SILVA, M. B. B. O. Obsolescência programada e teoria do decrescimento versus direito ao desenvolvimento e ao consumo (sustentáveis). Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, v. 9, n. 17, p. 181, 2012.

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Publicado em: 22 de julho de 2019