Aos leitores ávidos que estão utilizando a quarentena para colocar em dia suas leituras, é fato que não é de hoje a discussão acerca da utilização dos livros impressos. Diante das tecnologias presentes que nos entregaram a mais nova “maneira de ler” e ainda manter em mente a sustentabilidade: os livros digitais. “Sendo assim, pode-se alegar que com a influência das novas tecnologias, os consumidores têm investido em livros digitais […]” (RIDELENSKY et al., 2020). O prazer da leitura não mais se baseia em apreciar a história, mas abrange um leque de camadas, envolvendo por trás disso a responsabilidade social, financeira e ambiental, dentre outros.

Os e-books operam uma revolução silenciosa no campo da informação e da cultura de leitura, uma vez que suas transformações emergem das camadas computacionais (Manovich, 2013). Pesquisas como a do IPL – Instituto Pró-Livro, mostram que houve um crescimento do número de leitores no Brasil. O Instituto realiza uma pesquisa a cada 4 anos anos, sendo a última realizada em 2016. A 4º edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil – visa conhecer o comportamento do leitor brasileiro, seu acesso aos livros e as condições de leitura – é o único estudo com abrangência nacional (ABEU-Associação Brasileira das editoras Universitárias, 2016). “Entre 2011 e 2015, a estimativa de brasileiros que consomem livros passou de 50% para 56%, totalizando 106,7 milhões de pessoas”, em sua maioria, jovens (Folha de S.Paulo, 2019).

É portanto, que podemos concluir e observar a mudança nos hábitos dos leitores quanto ao meio de ler. Principalmente com a criação do Kindle/ e-read. Assim como conclui os autores RIDELENSKY et al (2020) “já se pode observar que com os atuais hábitos dos consumidores, diversas livrarias começam a rever o próprio conceito de vendas, tendo em vista o mercado e a preferência do consumidor, juntamente dos motivos que o levam a comprar um e-book a um livro físico.”

“Para as editoras, será necessária uma grande reforma, tendo em vista que os maiores benefícios aos quais podem usufruir é o desenvolvimento de seu segmento de forma sustentável, já que não será necessário o desmatamento para a produção de papel, eliminando maiores custos com estoque e com distribuição.” (RIDELENSKY et al. , 2020). Para os leitores, a disseminação de livros digitais acompanhados em sua maioria, por promoções, essa é uma ótima notícia. Principalmente para aqueles que não têm condições de comprarem livros impressos ou que em suas cidades não dispõem de bibliotecas públicas, ou melhor – de livros.

REFERÊNCIAS

ABEU-Associação Brasileira das editoras Universitárias, São Paulo, 2016. Disponível em: <https://www.abeu.org.br/farol/abeu/blog/noticias/instituto-pro-livro-divulga-resultados-da-4-edicao-da-pesquisa-retratos-da-leitura-no-brasil/524>

Folha de S.Paulo. Jovens leem mais no Brasil, mas hábito de leitura diminui com a idade, 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/09/jovens-leem-mais-no-brasil-mas-habito-de-leitura-diminui-com-a-idade.shtml

MANOVICH, Lev. Software takes command. New York: Bloomsburry Academic, 2013

RIDELENSKY, A. S. et al. Os impactos dos e’books no mercado brasileiro de livros na última década. Multidebates, v. 4, n. 2, p. 206-215, 2020.

Publicado em: 7 de julho de 2020