Diariamente somos bombardeados por propagandas de novos produtos, estimulados a consumir de uma forma compulsiva, pautando nossa felicidade, sucesso e vínculos sociais a compras e acúmulos de bens materiais. 

    Esse bombardeio diário teve um começo histórico há pouco mais de dois séculos, com o crescimento de uma sociedade de consumo dinâmica que construiu sua base sólida em uma revolução industrial, sustentada pelos esforços de trabalhadores que, ao longo do tempo, se tornaram seu principal meio de sustento e disseminadores de ideais consumistas.

    Mas em uma reviravolta, advinda de uma realidade pandêmica, podemos notar a mudança dessa sociedade do hiperconsumo, e presenciar a priorização de produtos essenciais. E é nesse contexto que temas como o minimalismo, uma vertente do consumo consciente, ganham mais destaque.

    Indo na contramão do que acreditávamos, o minimalismo nos apresenta a ideia de que é possível viver com uma menor quantidade de bens materiais, abrindo os nossos olhos e mente para que, enfim, possamos eliminar os itens excessivos que foram se acumulando pelos cantos da casa, e da vida, sem que nos déssemos conta disso. 

    Aliás, o acúmulo de bens parece algo recorrente, certo? Quem nunca guardou para si um item não necessário que atire a primeira pedra! Mas esse é o ponto chave, e brilhante, desse princípio, pois não existe uma regra única. Ou seja, não quer dizer que você deve ter em casa apenas uma mesa e cadeira, e um ou dois talheres no máximo, mas que cabe a você a decisão de escolher o que acha necessário ter, e o que lhe é indiferente possuir. É uma escolha sua o que você elimina, e o que fica, assim como é uma escolha sua a forma com que você desapega desses itens.

    Lembrando que, nesse último caso, há inúmeras possibilidades do que se pode fazer ao decidir-se desapegar dos itens acumulados, pois da mesma forma que você pode doá-los para pessoas que precisam verdadeiramente daquilo, você também pode vendê-los, usando o valor obtido para adquirir algo realmente indispensável para você, seja isso uma nova experiência, ou algo de maior necessidade. 

    Então, use um pouco da imaginação, e abra o olhar, para enxergar as coisas que você pode libertar, sempre imaginando a leveza e oportunidades que isso pode lhe gerar.   

REFERÊNCIAS

COSTA, Fernando Nogueira da. Revolução Industrial e Sociedade de Consumo em Massa. Fundação Perseu Abramo, 8 de abr. 2014. Disponível em: https://fpabramo.org.br/2014/04/08/revolucao-industrial-e-sociedade-de-consumo-em-massa/. Acesso em: 25, de out. 2020.

O que é minimalismo? Evolução Pessoal. Disponível em: https://www.evolucaopessoal.com.br/o-que-e-minimalismo. Acesso em: 25, de out. 2020.

ROJAS, Angelina Accetta; MOCARZEL, Marcelo Maia Vinagre. Da cultura visual à cultura material: o minimalismo como forma de expressão na sociedade de consumo. Jul./dez. 2015. p. 131-140. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Marcelo_Mocarzel/publication/319174189_Da_cultura_visual_a_cultura_
material_o_minimalismo_como_forma_de_expressao_na_sociedade_de_consumo/links/5996f0c0458515017e
b54486/Da-cultura-visual-a-cultura-material-o-minimalismo-como-forma-de-expressao-na-sociedade-de-consumo.pdf. Acesso em:
25, de out. 2020.

VIVER melhor com menos: entenda a tendência de consumo minimalista. Portal Ods, 3 de jan. 2019. Disponível em: http://portalods.com.br/noticias/viver-melhor-com-menos-entenda-a-tendencia-de-consumo-minimalista/. Acesso em: 25, de out. 2020.

 

Publicado em: 27 de outubro de 2020