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As atividades desenvolvidas pelo setor de marketing, são popularmente reconhecidas como aquelas destinadas ao aumento das vendas de produtos/serviços. No entanto, existe uma atividade desenvolvida pelo marketing que subverte essa visão e que é tão importante quanto o aumento da demanda por produtos ou serviços, o Demarketing.

Kotler (1999), em um texto intitulado “Demarketing, Yes, Demarketing”, define o termo como sendo o aspecto do marketing responsável pelo desencorajamento de alguns, ou de todos consumidores de forma temporária ou permanente. Este termo torna-se relevante ao considerar que as necessidades dos consumidores são ilimitadas, porém os recursos são limitados, o que requer controle na demanda que pode ser atendida.

O demarketing pode ser utilizado para controlar um produto escasso, através de estratégias como o rateio do recurso ou um aumento do preço, com o intuito de reduzir/controlar a demanda. No contexto dos recursos naturais, o demarketing pode ser utilizado para preservar esses recursos e preservá-los. Esta redução de demanda é muito utilizada no turismo, por exemplo, em Jericoacoara – CE, é necessário pagar uma taxa de turismo, como forma de controlar o número de visitas. O Parque Estadual do Ibitipoca em Minas Gerais precisou reduzir pela metade seu número de visitantes, visando a preservação do lugar e o desenvolvimento de um turismo mais sustentável.

Estes exemplos na área do turismo esclarecem o uso do demarketing, porém, as empresas que utilizamos diariamente, empregam essas técnicas frequentemente. Um exemplo é a Apple que, com o preço dos seus aparelhos no Brasil, é capaz definir o público que pode comprar o produto e ainda atrelar um status de exclusividade, pois poucos possuem acesso. A ideia da empresa não é vender para todo mundo, é atingir seu público-chave. Na perspectiva do composto mercadológico, a empresa vende produtos premium e inovadores (produto), por um preço elevado (preço), transmitindo uma imagem de exclusividade, qualidade e inovação (promoção), e comercializando principalmente em lojas próprias, com boa localização e próximas de centros de consumo (praça).

O gestor possui o papel de reconhecer a importância da ferramenta de demarketing, seja como forma de controlar a demanda por produtos pouco disponíveis ou até mesmo para segmentação de público e aplicar estratégias eficientes para o sucesso dessas ações.

REFERÊNCIAS

KOTLER, Philip. DEMARKETNG, YES, DEMARKETING. Brands, Consumers, Symbols and Research: Sidney J Levy on Marketing, p. 75, 1999.

KOTLER, Philip. Welcome to the Age of Demarketing. [S. l.], 25 ago. 2017. Disponível em: http://www.marketingjournal.org/welcome-to-the-age-of-demarketing-an-excerpt-from-philip-kotlers-autobiography-philip-kotler/. Acesso em: 12 abr. 2019.

SILVA, Susana; PAVIA, Bernardo. O QUE É AFINAL O DEMARKETING?. [S. l.], 31 maio 2012. Disponível em: http://www.hipersuper.pt/2012/05/31/o-que-e-afinal-o-demarketing-por-susana-silva-e-bernardo-pavia-catolica-porto/. Acesso em: 12 abr. 2019.

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Publicado em: 22 de abril de 2019