Texto I – Obesidade estabiliza no Brasil, mas excesso de peso aumenta.

O índice de obesidade está estável no país, mas o número de brasileiros acima do peso é cada vez maior. Pesquisa do Ministério da Saúde, Vigitel 2014, alerta que o excesso de peso já atinge 52,5% da população adulta do país. Essa taxa, nove anos atrás, era de 43% – o que representa um crescimento de 23% no período. Também preocupa a proporção de pessoas com mais de 18 anos com obesidade, 17,9%, embora este percentual não tenha sofrido alteração nos últimos anos. Os quilos a mais na balança são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil.

Entre os homens e as mulheres brasileiros, são eles que registram os maiores percentuais. O índice de excesso de peso na população masculina chega a 56,5% contra 49,1% entre elas, embora não exista uma diferença significativa entre os dois sexos quando o assunto é obesidade. Em relação à idade, os jovens (18 a 24 anos) são os que registram as melhores taxas, com 38% pesando acima do ideal, enquanto as pessoas de 45 a 64 anos ultrapassam 61%.

Além do avanço do excesso de peso e da obesidade, outros indicadores levantados pelo Vigitel também apontam para o maior risco de doenças crônicas entre os brasileiros. Do total de entrevistados em todo o país, 20% disseram ter diagnóstico médico de colesterol alto. Nesse caso, são as mulheres que registram percentual acima da média nacional, de 22,2%, contra 17,6% entre os homens. Em ambos os sexos, a doença se torna mais comum com o avanço da idade e entre as pessoas de menor escolaridade. Entre os que tem mais de 55 anos o índice ultrapassa 35%.

MAIS EXERCÍCIOS – Apesar do avanço de fatores de risco como excesso de peso e colesterol alto, a população brasileira está mais atenta a hábitos saudáveis, com crescimento do número de pessoas que se exercitam regularmente e daquelas que mantém uma alimentação adequada, com maior presença de frutas e hortaliças e menos gordura.

Segundo o Vigitel 2014, o brasileiro está se exercitando mais, com aumento de 18% nos últimos seis anos do percentual de pessoas que praticam atividade física no lazer. Este ano, 35,3% dos entrevistados disseram dedicar pelo menos 150 minutos do seu tempo livre na semana com exercícios, enquanto o índice de 2009 era de 29,9%.

Os homens são mais ativos que as mulheres, 41,6% deles praticam o recomendado de atividade física contra 30% entre o público feminino. Os jovens, em ambos os sexos, são os que mais se exercitam, com índice de 50%. Mais uma vez, a escolaridade aparece como um fator importante. Enquanto 47,8% das pessoas que tem 12 anos ou mais de estudo praticam exercícios no tempo livre, entre os de escolaridade menor (até oito anos de estudo) o índice é 22,9%.

Embora o número de pessoas que disseram praticar atividade física é maior que aqueles que não se exercitam, ainda é alto o índice da população fisicamente inativa, ou seja, que afirmam não ter feito nenhuma atividade nos últimos três meses: 15,4% dos entrevistados. Os mais inativos são os idosos com 65 anos ou mais (38,2%), mas 12% dos jovens de 18 a 24 anos disseram também não ter feito esforços físicos. Apesar disso, o hábito de ver televisão cai: o índice de pessoas que passam mais de três horas de frente para a telinha passou de 31% para 25,3% em nove anos.

Disponível em : http://www.blog.saude.gov.br/35418-obesidade-estabiliza-no-brasil-mas-excesso-de-peso-aumenta.html. Publicado em: 15 de Abril de 2015, 13h50. Acesso: 27 de Fevereiro de 2016.

Texto II –

A educação para a chamada igualdade de gêneros ou, em outras palavras, a igualdade entre homens e mulheres, é uma tarefa que deve começar em casa. Crianças que aprendem que meninos e meninas devem ter direitos, deveres e oportunidades iguais serão adultos que saberão respeitar o outro, independentemente do fato de ser homem ou mulher.

A igualdade de gêneros é considerada uma das bases para construir uma sociedade com menos preconceito e discriminação. “A igualdade de gêneros é fundamental para as sociedades democráticas e igualitárias. Muita coisa mudou desde a década de 1970, quando as mulheres entraram massivamente para o mercado de trabalho, mas ainda existem muitas disparidades. Por exemplo, as estatísticas nos mostram que as mulheres ainda têm salários menores que os dos homens e ganham 70% do que eles ganham, em média”, afirma Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

Para combater desigualdades como essa, a educação é uma base importantíssima. “Para a construção de uma sociedade baseada na igualdade precisamos que esse princípio seja inserido na educação, tanto na escola quanto em casa. A educação tem o poder de ajudar a mudar os valores de uma sociedade”, afirma a ministra.

Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/igualdade-genero-756416.shtml. Publicado em : 08/10/2014. Acesso em: 27 de Fevereiro de 2016.

Texto III

O sistema de ensino tem um importante papel na sociedade, pois é um dos principais espaços de socialização, formação e disseminação de valores sociais. Se, por um lado, a escola pode contribuir para a formação de sujeitos críticos e reflexivos, ajudando a superar preconceitos e opressões, por outro, ela também pode reforçar desigualdades, como a divisão sexual do conhecimento, e para reforçar estereótipos e preconceitos.

 Embora se tenha avançado muito na inclusão das mulheres no sistema de ensino nas últimas décadas, permanece uma forte tendência a que as meninas sejam direcionadas às ciências humanas ou relacionadas ao cuidado, e os meninos, para as ciências exatas, áreas que envolvam a lógica ou exijam força física. As mulheres são mais da metade dos/as matriculados/as nos cursos de graduação no Brasil (55,23% de mulheres frente a 44,77% de homens). Contudo, permanecem concentradas em áreas tradicionalmente consideradas femininas. Os homens são 77,54% dos/as matriculados/as em cursos de ciências da computação (de acordo com dados do CNPq, de 2013). A distribuição desigual de homens e mulheres nessas profissões evidencia como estereótipos a respeito dos papéis de gênero são reproduzidos e atualizados no sistema escolar, moldando suas escolhas profissionais e inserção no mercado de trabalho.

O Estado pode contribuir para a promoção dos direitos das mulheres por meio de diversas intervenções no sistema educacional. Primeiramente, deve garantir o acesso a ele nos locais onde ainda não está garantido, especialmente no meio rural. Além disso, deve incidir na formação de professores/as para que os espaços de ensino não reproduzam estereótipos e preconceitos, mas combatam todos os tipos de preconceitos, sejam eles referentes a sexo, raça / etnia, cor, cultura, orientação sexual, identidade de gênero ou geração. Isso é fundamental para a construção de uma sociedade mais igualitária, em que se valorizem as profissões consideradas femininas, haja uma menor desigualdade entre os salários e o acesso uniforme à educação para mulheres em sua diversidade.

 A preocupação com a igualdade de gênero, raça-etnia, liberdade de orientação sexual, e com o fortalecimento dos direitos humanos perpassa transversalmente o planejamento das políticas federais. Uma educação de qualidade deve estar intrinsecamente associada à busca da igualdade entre os seres humanos e à valorização da diversidade da sociedade brasileira. É papel do Estado contribuir para a redução da desigualdade de gênero e realizar o enfrentamento do preconceito e da discriminação.

Disponível em: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/areas-tematicas/educacao. Acesso em: 27 de Fevereiro de 2016.

Publicado em: 4 de abril de 2016